População deve ter cuidado com a pressão alta. Uma das doenças silenciosas que acometem a maioria da população mundial é a hipertensão arterial. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), atualmente, 33% dos brasileiros sofrem com a doença, também conhecida como “pressão alta”. A hipertensão merece cuidado, pois a doença pode levar a outras conseqüências graves, como doenças cardiovasculares, acidentes vasculares e insuficiência renal....
A hipertensão arterial é o aumento anormal, e por longo período – da pressão que o sangue faz ao circular pelas artérias do corpo. Não à toa, a doença também é chamada de pressão alta. Para chegar a cada parte do organismo, o sangue bombeado a partir do coração exerce uma força natural contra as paredes internas das artérias. Os vasos, por sua vez, oferecem certa resistência a essa passagem. E é essa disputa que determina a pressão arterial. A pressão varia ao longo do dia. Numa pessoa deitada, ela fica mais baixa. Quando nos movimentamos, os valores sobem, porque o cérebro avisa que o corpo precisa de mais energia. A pressão é apresentada em milímetros de mercúrio,(mmHg). O indivíduo é considerado hipertenso quando sua pressão fica maior ou igual a 14 por 9 na maior parte do tempo. A partir desse limite, o risco de ocorrerem doenças cardiovasculares, renais e por aí vai é significativamente maior. Aliás, entidades americanas já até baixaram o sarrafo para 13 por 8. Para fazer a medição, é utilizado um aparelho chamado esfigmomanômetro, posicionado em volta do braço, e um estetoscópio para ouvir os sons do peito. O primeiro número é registrado no momento em que o coração libera o sangue. Essa é a pressão sistólica, ou máxima – o recomendável é que não passe de 12,mmHg. O segundo valor é a pressão diastólica, ou mínima. O ideal é que fique em torno de 8,mmHg. É o famoso 12 por 8. Quando a pressão fica descontrolada, o coração é o órgão mais afetado. Como a circulação está prejudicada pelo aperto nas artérias coronárias, ele não recebe sangue e oxigenação suficientes,um quadro que leva ao sofrimento do músculo cardíaco, podendo ocasionar o infarto. O acidente vascular cerebral,(AVC), o popular derrame, é outra consequência frequente da hipertensão. Com as constantes agressões da pressão, as artérias da cabeça não conseguem se dilatar e ficam suscetíveis a entupimentos. Os picos hipertensivos acabam servindo de estopim para um vaso ficar completamente obstruído ou então se romper. Além do derrame, a pressão alta provoca uma série de pequenas obstruções e hemorragias no cérebro. Ao longo do tempo, esses episódios destroem os neurônios – o quadro é denominado demência vascular e leva à perda de memória. Os rins também deixam de filtrar o sangue a contento quando a hipertensão se instala por muito tempo, e essa falha pode provocar insuficiência renal. A pressão alta interfere ainda nos vasos que irrigam a retina, tecido no fundo do olho crucial para captação das imagens. É por isso que alguns hipertensos relatam sofrer de visão embaçada. Sinais e sintomas. A hipertensão é uma doença silenciosa. Se os sintomas abaixo surgirem, provavelmente ela já estará em fase mais avançada. O ideal, portanto, é detectá-la com exames. Dor de cabeça. Falta de ar. Visão borrada. Zumbido no ouvido. Tontura. Dores no peito. Fatores de risco. – Histórico familiar: filhos de pais hipertensos têm um risco 30% maior de ter pressão alta. – Idade: a partir dos 60 anos de idade, as artérias perdem a flexibilidade. – Etnia: a doença é mais prevalente na população negra e asiática. – Obesidade. – Poluição. – Estresse. – Sono irregular. – Menopausa: a queda dos hormônios femininos danifica as artérias. – Excesso de bebida alcoólica. – Tabagismo. – Alto consumo de sal. – Sedentarismo. – Diabetes. – Doenças renais. – Apneia do sono. – Hipertireoidismo. A prevenção. Um estilo de vida saudável influencia muito aqui. Dar um basta no sedentarismo, especialmente se valendo de atividades aeróbicas, como correr e nadar, induz a liberação óxido nítrico, substância vasodilatadora. Com as artérias relaxadas, a tendência é a pressão se manter mais baixa. Verdade que, durante os treinos, é esperado que a pressão até suba um pouco, daí porque pacientes com hipertensão devem ter certos cuidados com os exercícios e buscar supervisão de um expert. Mas logo depois os números se estabilizam. A alimentação é tão importante na prevenção da pressão alta que há uma diéta específica para esse fim. É a ,DASH, sigla em inglês para dieta para combater a hipertensão. Ela foi criada em 1997 e se baseia em generosas doses de vegetais, frutas, legumes e grãos integrais no cardápio como forma de combater a elevação da pressão. São alimentos carregados de nutrientes como potássio, cálcio e magnésio , minerais que regulam a contração dos vasos sanguíneos e do coração. O consumo de sódio, por outro lado, deve ser moderado. Ele é o principal componente do sal de cozinha, e exagerar na dose é um perigo. A recomendação da Organização Mundial da Saúde. (OMS). é ingerir no máximo 5 gramas de sal por dia. Isso equivale a uma colher de chá. Só não se esqueça de considerar os alimentos que têm sódio em sua composição, como o pãozinho, os temperos prontos, embutidos e produtos processados. Hoje, estima-se que o brasileiro consuma mais ou menos o dobro de sódio do que deveria. Essa é uma das razões pelas quais 30% da população possui hipertensão. Não fumar, não extrapolar na ingestão de bebidas alcoólicas e driblar a insônia são atitudes bem-vindas. É importante também arrumar uma brecha na agenda para incluir momentos de prazer capazes de aliviar o estresse do dia a dia, outro sabotador das artérias. O diagnóstico. Como a hipertensão não costuma dar sinais, é fundamental medir a pressão pelo menos uma vez por ano. Nas consultas de rotina, seja com o clínico geral ou algum especialista, sempre informe se algum parente sofre desse mal, sobretudo se for for o pai ou a mãe. Para confirmar se uma pessoa possui pressão alta, a medição tem que ser feita em três dias diferentes. Antes de cada uma, o paciente deve seguir orientações como evitar tomar café ou bebidas estimulantes, descansar bem e relaxar. Na hora do exame, não se deve conversar nem ficar se mexendo. Esses cuidados são importantes para que o resultado seja o mais confiável possível. Se ainda assim restar alguma dúvida, o especialista solicita um exame que vigia a pressão ao longo de 24 horas , é o holter. O rigor na medição ajuda ainda a identificar uma condição antes de chamada de pré-hipertensão , e agora rebatizada de pressão elevada. Entra nessa classificação quem estiver com a pressão acima dos 12 por 8 e abaixo dos 14 por 9, quando já se define a hipertensão propriamente. Essa faixa intermediária, além de já causar eventuais estragos, revela que o indivíduo tem o dobro de risco de se tornar hipertenso. Quanto mais cedo essa ameaça é detectada, maior a chance de evitar que a doença se instale de vez. Em mulheres grávidas, a atenção é ainda maior. Isso para impedir o aparecimento da pré-eclâmpsia. Trata-se de uma complicação da gestação marcada pelo aumento da pressão arterial na gravidez. Essa condição aumenta a possibilidade de parto prematuro e, se não for controlada, evolui para eclâmpsia – quadro em que a mulher tem convulsões, com risco para a sua vida e a do bebê. O tratamento. Uma pequena parcela de hipertensos (pequena, porém considerável) consegue dominar a doença apenas com ajustes no cardápio, exercícios físicos e controle do estresse. Para tomar a decisão de não entrar imediatamente com medicamentos, o médico se baseia em bons resultados gerais de exames como glicemia e colesterol e se os rins estão funcionando direito. A ausência de outros problemas cardiovasculares também é considerada. Pesa ainda o fato de a pessoa ser ou não fumante. As avaliações são periódicas. Em geral, depois de seis meses ele vai medir a pressão novamente. Se os valores caíram, é possível continuar nesse caminho, mas lembrando que a doença não foi eliminada e que, portanto, é preciso manter os cuidados. Se mesmo depois das mudanças no estilo de vida a pressão continua subindo ou estabiliza apenas em um patamar elevadíssimo, o especialista prescreve remédio para controlar a situação. Ele indica, entre as diferentes categorias de antihipertensivos, aquela que vai trazer os melhores resultados em cada caso. Alguns são diuréticos, ou seja, eliminam o excesso de sódio pelo xixi. Outros atuam como vasodilatadores. Há ainda os que impedem a entrada de cálcio nas artérias, diminuindo a resistência para a passagem do sangue. E um dos medicamentos mais usados impede a produção de angiotensina, molécula que faz os vasos se contraírem e aumenta a pressão. A partir do estágio da doença classificado como moderado, a conduta é adotar dois ou mais antihipertensivos para atuar em diversas frentes. Há também casos de hipertensão resistente – quando a pressão não fica abaixo de 14 por 9 mesmo com o uso de três classes de remédio. Aí, o cardiologista pode lançar mão de inovações a exemplo de um aparelho que emite ondas de alta frequência na região dos rins. Como nos hipertensos o cérebro manda uma mensagem errada a esses órgãos para liberarem substâncias vasoconstritoras, o objetivo do método é cortar essa comunicação. Para isso, um cateter é introduzido na virilha e guiado até as artérias renais. Nesse ponto, é disparada uma radiação capaz de queimar alguns nervos, fechando assim a conexão com o sistema nervoso. Sem o estímulo enviado aos rins, os vasos podem se dilatar e a pressão tende a melhorar. A conduta, entretanto, depende de cada caso. Mas o certo é que um estilo de vida balanceado sempre vai ajudar, não importa a gravidade. antes de qualquer medicação o médico pode receitar o remédio mais adequado. Procure sempre utilizar qualquer medicamento com a orientação de um médico,farmacêutico ou outro profissional de saúde!.LEIA MAIS...
GREDITOS::https://saude.abril.com.br/medicina/hipertensao-causas-sintomas-diagnostico-e-como-baixar-a-pressao/
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